Enquanto você dormia, eu viajava
O outono que poderia ser de vento suave banhando nosso rosto de energia, hoje ele vem com um destemperamento terrível tentando congelar o que temos de melhor dentro de nós; nossos corações! Foi num lindo outono que tive o prazer de conhecer o amor, de conversar com ele. Foi uma reciprocidade que nos encantou, uma química de desejos que encaixou cada palavra que se tivéssemos planejado não teria dado certo. Ah, amor! Enquanto você dormia, eu observava o silêncio da noite, a beleza da lua cheia, a claridade que emanava, uma luz intensa que entrava pela janela do quarto ia diretamente no lindo rosto daquele amor que dormia tão serenamente e ao mesmo tempo um sono tão profundo. Eu não queria acordá-lo. Ficava a distância só observando aquele rostinho tão meigo que mais parecia um rosto de criança. Eu por minha vez, não conseguia dormir, a insônia tomava conta de mim, eu olhava a beleza daquele quarto de hotel era deslumbrante as obras de artes que haviam naquele recinto, quadros de pintores famosos, vários objetos delicados vindo da China, a decoração era impecável. Sentei-me na beira da cama apenas para descansar o meu corpo de uma viagem tão longa que me deixara estressada. Naquele momento fechei os meus olhos e tantas coisas passaram pela minha cabeça, quantas lembranças, quantas saudades eu sinto do nosso amor. Olhando o amor dormir um sono tão tranquilo, tudo parecia mágica e eu fiquei a pensar será que só eu é que sente esse amor tão devastador, tão louco de paixão que não consigo enxergar o óbvio? Mas é um amor tão nobre que muitas seres humanos gostariam de sentir mas não tem tempo para parar e prestar à atenção numa pequena frase brotada do coração. As horas iam passando, a madrugada chegou e o sono não vinha e as lembranças continuavam. Me lembrei do dia em que conheci o amor foi tão maravilhoso que nunca consegui esquecer aquele dia iluminado. Quando os meus olhos aportaram-se em seu olhar mostraram o lindo azul do céu tão brilhante como as águas mornas do mar. E nesse momento o meu desejo envaideceu navegou num barco sem âncora, sem destino, onde pudesse parar, pudesse ancorar o seu lindo coração que acabara de se enamorar. Voltou sem leme, apenas com um lenço branco nas mãos acenando para o amor para apaziguar a fúria do vento que com ciúmes ele conseguiu por um momento congelar o calor que sentia. Me recostei na cabeceira da cama esperando adormecer mas nada acontecia, a isônia cada vez mais me castigava e eu continuava a viajar nos meus pensamentos e de repente senti uma forte atração, uma vontade de tocar naquele corpo. Naquela suave atração de um corpo em chama o meu corpo anseiava pelo o seu e lentamente você; inconscientemente se afasta me deixando sem entender absolutamente nada. Mesmo sabendo que o amor estava dormindo eu dizia: por favor, não faça de mim um ser intocável, não queira me colocar numa redoma de vidro para ser apenas apreciada. Sou um ser humano como você com seus erros, com seus defeitos, que chora, que lamenta, mas que também sabe amar. Sou aquele ser que está sempre gritando a saudade, que estar sempre gritando a liberdade, que estar sempre gritando a felicidade que vive a espera de uma linda rosa, não importa se a rosa é vermelha, é azul, é amarela, não importa, o que importa é a singeleza da lembrança dada com carinho e que eu possa ver a linda paisagem refletida no seu lindo olhar. Que pena! Ele não acorda para que eu possa dizer tudo isso olhando nos seus olhos! Que pena que eu não posso dizer a ele o quanto ele estar perdendo, por não saber verdadeiramente me amar! Que pena que eu não possa dizer a ele da beleza daquele lugar, da beleza da cidade com seu jardim maravilhoso bem cuidado, uma cidade linda, limpa de poluição, com tantas flores cada uma mais linda que a outra. Mas ele só dorme, dorme, dorme... e eu aqui só pensando na minha angústia na minha solidão. Dorme amor! Enquando você dormia, eu me atrevi a viajar para todo lugar e me libertei das correntes que me prendia a você. Dorme amor! Continue a dormir, quando você acordar; você também será livre... Livre para voar!
Izaura N Soares
Enviado por Izaura N Soares em 05/09/2007
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